Surfista morto por tubarão enquanto andava de kite

O veterano surfista e kitesurfista, Stephen Schafer, de 38 anos, etava andando de kite na extremidade sul da praia de Stuart, quando os salva-vidas o viram cair da prancha e não levantar.

O salva-vidas veterano Daniel Lund, um surfista de longa data, e que já havia sido mordido por um tubarão, remou em direção a ele na sua prancha de resgate, enfrentando fortes vagas de nordeste.

Ao chegar no local viu vários tubarões circulando ao redor de Schafer, ele ainda ouviu Schafer dizer que tinha sido mordido, Lund usou a pipa como escudo enquanto colocava Schafer na prancha de resgate. Schafer perdeu a consciência durante a remada de retorno e não se recuperou. Paramédicos levaram Schafer para o hospital, aonde ele depois morreu.

Schafer, que era tão competente tanto com uma prancha de kite, quanto com uma pranchinha de surfe, e pode ter sido a primeira vítima registrada de um ataque de tubarão a um kitesurfista.

Dois anos atrás, o que provavelmente era um tubarão cabeça-chata fez grandes danos a um surfista ao norte da praia de Stuart. Mas a última fatalidade, provavelmente foi causada por um tubarão tigre, aconteceu em 1982.

A cidade de Stuart, literalmente, fica na fronteira entre os trópicos e as zonas de clima temperado, muitas espécies que vivem normalmente tanto ao sul quanto no Caribe, quanto ao norte como em Chesapeake Bay freqüentam esta área. Além disso, as águas da lagoa do Indian River e do Rio St. Lucie convergem aqui para fluir para o oceano através do canal de St. Lucie.

Com mais de 800 espécies de peixes descritas, estes são os estuários de maior diversidade biológica da América do Norte. Fora isso, extensos recifes cercam a entrada, que é essencialmente uma boca de rio. A corrente do Golfo, que corre a cerca de 16 kilômetros ao largo freqüentemente mistura-se com as águas próximas a praia.

Devido a este mosaico de habitats, milhões de quilos de cavala e anchova chegam a estas águas no inverno. Tubarões gralhas-preta, tigres, cabeças-chata, cinzentos e até mesmo o grande tubarão branco migratório passam e se alimentam das inumeráveis espécies.

Houve muita discussão sobre as espécies de tubarão responsáveis pelo ataque. Foi sugerido que um grande branco pode ter sido o culpado. Grandes tubarões brancos juvenis são vistos aqui, mas nunca houve um grande ataque por um branco registrado na Flórida.

O especialista da Universidade da Flórida, George Burgess vai continuar a ajudar com a autópsia, mas depois de analisar as feridas e de sobrepôr as mandíbulas de tubarões, parece que ou um tigre ou um cabeça-chata foi o culpado. Burgess disse que ele poderá ter uma resposta definitiva no prazo de dez dias. (Nem sempre é possível distinguir as espécies de uma mordida.)

Alguns se perguntam se a grande mortandade de peixes, que aconteceu há várias semanas atrás, devido ao recorde de baixas temperaturas, pode estar influenciando no comportamento dos tubarões de alguma forma.

E muitos experientes surfistas locais atestam que as águas rasas estão muito turvas desde que os municípios de Martin e St. Lucie bombearam sedimentos do fundo do mar para as praias - sedimentos que se provaram ser de vários tipos de lama. Além disso, as descargas maciças do canal do lago Okeechobee parecem ter causado problemas de sedimentação e re-suspensão em recifes locais.

A água suja é um denominador comum na maioria das mordidas de tubarão na Flórida, e que a água estava turva devido aos fortes ventos laterais quando Schafer foi atacado.

Os especialistas continuam a advertir aos surfistas que nós somos os mais vulneráveis aos ataques, e para evitar surfar em condições de pouca luminosidade e quando os peixes, como cavala e anchova estão visivelmente presentes.

Dr. Grant Gilmore, o cientista que primeiro descreveu as 800 espécies de peixes migratórios que frequentam esta área, diz que o momento do ataque não é nenhuma surpresa. A maioria dos momentos de alimentaçã ocorrem no início e no final do dia. Schafer foi atacado em torno de 4:30 da tarde.