Surfistas pro trocam suas pranchas por Caballitos de Totora

Originalmente usada por pescadores, os caballitos são uma ferramenta versátil para navegar nas águas. Sofia Mulanovich, juntamente com a surfista de classe mundial Sally Fitzgobbons e a júnior Nadja de Col trocaram as suas pranchas pelas do tipo antigo para testar a qualidade desses barcos de surf peruano, que tem milhares de anos de história.

cavalinho feito de junco

Carlos Ucañán, uma das poucas pessoas conhecedoras da arte de construir os barcos de pescadores antigos, viajou de uma cidade no extremo norte do Peru, para ensinar as surfistas como montar os Caballito de Tortora. O barco artesanal, usado para a pesca é conhecido localmente como o antecessor da prancha. Ela é construída com centenas de plantas secas de Totora, que são cortados e embalados. O Caballo de Tortora normal pesa cerca de 30 quilos e mede quatro metros e meio. Ela também tem um pequeno buraco no qual o pescador se senta e rema.

Carlos Ucañan construiu dois Caballitos especiais: eles pesam 25 quilos e tem 3 metros de comprimento com nenhum buraco para se sentar. O pescador de Huanchaco explica: "O primeiro modelo é para pescar, o segundo modelo é especial para o surf."

Há apenas algumas poucas pessoas de sorte que podem ter um Caballito para si; Sofía, Sally e Nadja aproveitaram essa oportunidade e até o swell e o vento trabalharam a seu favor e permitiu-lhes pegar algumas ondas. Pouco antes de entrar na água as surfistas estavam muito animadas, mas também nervosas. "Eu nunca vi um destes antes, somente o que eles vendem como chaveiros em algumas lojas", disse Sally Fitzgibbons. Por outro lado, Sofía, apesar de serem peruanas e conhecer toda a tradição do barco, nunca tiveram a chance de um surfe em um caballito.

"Eles são enormes e pesados, muito maiores do que uma prancha normal, vamos ver o que acontece", comentou Sofia antes de entrar no mar.

Depois de algumas tentativas frustradas e remadas, eles procuraram a ajuda do Sr. Ucañan; eventualmente Sofia, Sally e Nadja dominaram as pranchas antigas, e mostram o estilo na antiga cultura Mochica-Chimu e todas as suas habilidades como surfistas profissionais. "Foi incrível. Muito divertido, mas muito difícil de subir e fazer algumas manobras com ela. Não tem quilhas, e são muito, muito pesadas" disse Sofia.

O equilíbrio extraordinário foi a chave para o sucesso. As surfistas top femininas foram capazes de levantar-se sobre estas pranchas "novas" após uma hora de prática, graças a seu talento e prática. Mesmo os treinadores Dan Ross e Shane Beschen correram para a água para ter uma chance de surfar sobre estas pranchas locais.

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