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Uma análise do Brasil no Circuito Mundial de Surfe

Em 2018 teremos o maior número de surfistas brasileiros na história da elite do surf.

11/Jan/2018 - Globo Esporte - Brasil

Resolvi fazer uma análise do nosso atual momento dentro do circuito mundial de surfe. Afinal, 2018 será o ano com o maior número de surfistas brasileiros da história do CT; 11 brasileiros estarão na disputa, dois a mais do que no ano passado.

É inegável que o momento é excelente e conseguimos mais uma vez provar isso. Foram cinco brasileiros que se classificaram através do QS (divisão de acesso) e mais seis que se mantiveram através do ranking do CT em 2017.

Mas é aí que cabe uma análise mais precisa. Dos nove tupiniquins que estavam na elite do surfe mundial no ano passado, quatro deles foram desclassificados pelo ranking - Jadson André, Miguel Pupo, Wiggolly Dantas e Ian Gouveia. Ian, no entanto, continuará na elite, pois recebeu um dos wildcards (convites) oferecidos pela WSL, já os outros três deram adeus e terão que passar mais uma vez pelo difícil circuito de acesso, o QS.

 

Jadson já estava nessa batalha há alguns anos seguidos, assim como Miguel. Mas Wiggolly foi uma grande surpresa. Ele tem um surfe que se encaixa muito bem em quase todas as ondas do Circuito e agora terá muita dificuldade para retornar através do QS.

Esse fato é prova de que o nível está muito alto e nós não estamos garantidos no topo com a facilidade que muitos podem ter pensado. É preciso amadurecer o surfe competição e tornar-se cada vez mais um profissional dedicado ao esporte. Não que os brasileiros que saíram do circuito não tenham isso, mas é sinal de que os outros estão tendo um pouco mais. Fica o alerta para os 11 verde-amarelos que nos representarão no CT esse ano.

Mas as previsões são muito boas. Ganhamos um reforço muito grande, ao meu ver principalmente com a entrada de Yago Dora e Jessé Mendes e com a consolidação do Medina, Ítalo Ferreira e Filipe Toledo como surfistas top-10 mundiais.

Será um ano mais uma vez muito disputado e possivelmente será o último ano em que o circuito acontecerá no formato que todos nós conhecemos. Algumas novidades já nos foram noticiadas, como a inclusão da piscina do Kelly e a volta de Keramas, em Bali, no calendário.

Minha expectativa é ainda maior. Quero muito ver novamente a briga entre John John e Medina, que hoje pra mim estão um patamar acima, mas também muito ansioso de ver a nova geração em ação, com alguns "veteranos" ainda querendo chegar no topo, como é o caso de Jordy Smith, Julian Wilson e Adriano de Souza. Ou seja: a briga será eletrizante.