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Velha Guarda dá aula de Surf em Laguna

A 1ª etapa do Circuito The Legends Vida Marinha foi finalizada com sucesso neste domingo (26), num dia de sol e boas ondas no Molhes de Laguna/SC, onde alguns dos principais competidores dos primórdios do surfe brasileiro deram uma aula de surfe de borda.

27/Mai/2019 - Swell Eventos - Laguna - Santa Catarina - Brasil

O surfista Legend Guga Arruda falou um pouco sobre as condições do mar durante o evento: “altas ondas nos Molhes de Laguna, a onda perfeita, lembrando a Califórnia, lembrando ondas de qualidade internacional. A gente sabe que este pico tem altas ondas, e poder surfar este pico sem crowd realmente é uma oportunidade privilegiada, que vem abrilhantar ainda mais o evento”.

Conforme o Legend Local Marcelo Massi (Chelo), grande competidor nas décadas passadas, “Laguna não pode, jamais, ser esquecida do cenário brasileiro do surfe, afinal de contas o Cardoso é o lugar que mais quebram Ondas Grandes por ai e é em Laguna, a gente tem 16 praias para o surfe, com de qualidade de alto nível, então, eu só posso dizer pra vocês, não crowdeia muito, mas venha para Laguna!”.

Infelizmente durante as semifinais e finais, o tradicional vento nordeste da região começou a soprar, atuando como maral nos Molhes e prejudicando a formação das ondas, mas, mesmo assim, os atletas mostraram muita experiência e conseguiram proferir um ótimo surfe.

A COMPETIÇÃO

GRAND KAHUNA (acima 50 anos)

Na categoria mais admirada do Circuito, onde estão participando os maiores Legends do evento (atletas mais velhos), compuseram a grande final Jojó de Olivença (Bahia), Carlos Santos (Imbituba/SC), Saulo Lyra (Balneário Camboriú/SC) e Steward Dean (Florianópolis/SC).

Segundo Jojó de Olivença, “o nível da Grand Kahuna daqui está mais elevado do que o nível da Grand Kahuna do outro Circuito Brasileiro. O evento é uma referência, a ser aplicado no Brasil inteiro”.

Jojó seguiu falando que “o nível de surfe aqui, essa confraternização, este espírito amistoso, de família, é isso que a nova geração precisa aprender, precisa agregar na sua bagagem, esse espírito, feeling do surfe!”.

Carlos Santos mostrou que de fato é um atleta muito competitivo, e liderou a bateria desde o início. Faltando apenas 1 minuto para o término, Jojó de Olivença, com um surfe muito fluído, pegou uma onda boa, virou a bateria e se consagrou o grande Campeão! Saulo Lyra ficou com a terceira colocação e Steward Dean na quarta. No pódio, Jojó agradeceu a Deus por ter saúde e poder continuar surfando.

GRAND MASTER (acima 40 anos)

Nesta categoria a final também foi constituída por grandes nomes, como o gaúcho Rodrigo “Pedra” Dorneles, o renomado Guga Arruda (Florianópolis), seu conterrâneo Adriano Lemos e Klinger Peixoto (Alagoas).

Adriano Lemos confirmou a ótima fase em que se encontra (venceu as duas últimas etapas do Circuito Catarinense) e foi o grande vencedor da bateria, com um surfe muito sólido, deixando as grandes lendas Rodrigo “Pedra” Dorneles (2°), Guga Arruda (3°) e Klinger Peixoto (4°) com as demais posições.

“Muito feliz em competir aqui em Laguna, a galera de todo Brasil aqui, a um nível alucinante, todos de parabéns! Apesar de ter acontecido essa chuva de sexta-feira e tudo mais, no final deu tudo certo! Amarradão! Campeão!”, fala Adriano logo após o término da bateria.

KAHUNA (acima 45 anos)

Fábio Gouveia (Paraibano erradicado em Florianópolis) e Dalmo Meireles (Bahia) uniram-se a dois surfistas que já tinham feito final no dia, Guga Arruda e Jojó de Olivença. Guga Arruda liderou desde o início da bateria, com um surfe muito veloz em sua prancha Power Light quadriquilha, tornando-se o grande Campeão da categoria.

Jojó de Olivença quase repetiu o feito da categoria Gand Kahuna, e desta vez aos 50 segundos para o término de bateria, quando pegou uma onda boa, saindo da quarta colocação, porém faltando conquistar muito pouco para se tornar o Campeão (acabou ficando em 2°). Dalmo Meirel ficou em 3° e o mestre Fabinho Gouveia em 4°.

Guga Arruda estava emocionado após o resultado, e falou que “é uma honra muito grande ganhar do Jojó de Olivença, do Fábio Gouveia, que são os meus ídolos, os meus mestres, os meus professores de surfe de competição, uma honra muito grande, uma felicidade muito grande, eu venci vários campeonatos em minha carreira profissional, mas eu posso dizer que ganhar destes Legends é bom demais! Obrigado Senhor! Parabéns a todo mundo que fez esse trabalho acontecer! Obrigado!”.

No pódio ele seguiu falando: “é uma honra muito grande correr um campeonato tão legal quanto esse, tão especial no que diz a respeito à amizade, à confraternização, à valorização do nosso esporte. Posso dizer a vocês que essa é umas das baterias de mais alto nível técnico da minha vida, ganhar desses caras aqui é difícil e é a realização de um sonho”.

MASTER (acima 35 anos)

A categoria Master, por contar com os atletas mais novos do Circuito, é considerada a categoria mais difícil, porém neste Circuito os atletas das categorias mais velhas também participaram e se destacam. Na final participaram dois lagunenses erradicados em Florianópolis (Raphael Becker e Stewson Crippa), o gaúcho Rodrigo “Pedra” Dorneles e Gabriel Piccoli (Florianópolis).

Confirmando o resultado da última etapa de 2018 na praia do Rosa, o gaúcho foi o grande Campeão da categoria. Rafael Becker estava em 3° e precisava da nota 6,31 para ser o grande Campeão. Aos 25 segundos do término da bateria, pegou uma onda e fez 6 pontos, subindo para a 2° colocação, mas não ultrapassando o somatório do “Pedra” Dorneles, que em 2007 foi o melhor brasileiro no ranking final do WCT da WSL (World Surf League).

“Esse Circuito é demais! Corri no ano passado, na última etapa, foi muito legal, vamos repetir este ano, se der pra correr, vou correr todas elas”. Após parabenizar os envolvidos, Dorneles sentiu-se comovido pelo estrago que o ciclone fez na estrutura do evento e na cidade na sexta-feira, e com a superação de todos envolvidos, e falou: “a gente chegou sexta-feira, não tava fácil, a cidade estava em baixa d`água, então, todo mundo está de parabéns ai!”.

Junto ao evento, a Cerveja Corona instalou um bar na sede da ASL (Associação de Surf de Laguna), onde ofereceu, além da Corona, a cerveja artesanal havaiana Kona. Para combinar com o “style mexicano” da Corona, o restaurante local El Chicano também ofereceu lanches e pratos típicos do México e dTexas para o público presente no evento.

Durante a 1° etapa do Circuito The Legends Vida Marinha, apresentado pela Cerveja Corona, ainda abalados com a chuva e os fortes ventos da noite de sexta-feira, além do Estado de Emergência decretado pela Prefeitura de Laguna e o consequente cancelamento da Vila Cultural e dos shows de sábado, a organização do evento compreendeu a situação, admirou a atitude da Gestão Municipal em direcionar esforços para ajudar as pessoas mais afetadas pelo ciclone extratropical, e tentou oferecer algo positivo: Foi mantida a programação de Domingo, já divulgada pelo evento.

Simultaneamente ao evento, com o objetivo de não deixar passar em branco o importante Dia do Boto Pescador de Laguna (instituído por legislação estadual), e a ótima oportunidade para homenagear os Legends Locais, foram realizadas algumas ações junto à competição.

LIMPEZA DE PRAIA

A Ong Eco Local Brasil realizou uma palestra sobre a transformação de resíduos sólidos em produtos úteis, e logo após encabeçaram uma limpeza de praia no Canto dos Molhes e na área de ocorrência da Pesca Interativa, com a participação do Programa Protetores Ambientais da Polícia Militar Ambiental de Laguna, da Capitania dos Portos de Laguna - Marinha do Brasil e da SEPAGRI (Secretaria de Pesca e Agricultura de Laguna).

Após a ação de limpeza de praia, foi realizada uma triagem e uma análise dos resíduos, que serão destinados à empresa Carbo Brasil, onde serão transformados em produtos (bancos, placas de trânsito, potes, tijolos, etc).

Conforme Felipe Oliveira, da ONG Eco Local Brasil, aproximadamente 50 voluntários, em uma coleta de 45 a 60 minutos, retiraram mais de 100kg de resíduos do Canto dos Molhes e da Área da Pesca Cooperativa. “Na grande maioria garrafa PET e embalagens provenientes da má educação do ser humano, como pacotes de bolacha, embalagem de achocolatados, essas coisas de pessoas que provavelmente vão aos Molhes fazer uma alimentação, lanchar, e acabaram dispensando por ali”, desabafa o Ambientalista.

Felipe complementa a análise do resíduo, falando que tinha bastante tecido e cordas, o que pesam bastante. Garrafas PET foram aproximadamente 80 unidades, 65 pedaços de isopor, 7 embalagens tetrapark, 3 latas de aerossol, 130 bitucas de cigarro (com chuva as bitucas são enterradas na areia, ficando difícil achar). Havia muito microlixo. Muito plástico duro, como bacias, baldes, galões e pedaços deles, provavelmente vindos de barcos de pesca e de pessoas que acampam para pescar, cai no córrego e vai para o mar. Quase não haviam latinhas.

Conforme o Soldado Remor, da Polícia Militar Ambiental de Laguna, um dos instrutores do Programa Protetores Ambientais “sou totalmente favorável a este tipo de iniciativa associada ao evento de surfe, já que o surfe nós sabemos que é um esporte ligado diretamente ao meio ambiente, então essas ações de recolhimento de lixo ou qualquer outra iniciativa ligada ao meio ambiente a gente acha muito positiva, e a gente contribui no que a gente pode em relação a isso, dentro dos nossos limites”.  

HOMENAGEM AOS LEGENDS

O Circuito The Legends Vida Marinha resgatou e homenageou o surfe lagunense, em parceria com a ASL (Associação de Surf de Laguna). Em uma janta dos Legends Locais, regada a muita Cerveja Corona, foram coletadas informações dos primórdios do surfe lagunense.

A Assessoria de Imprensa do evento, em parceria com a ASL, vai divulgar em breve uma matéria sobre os primórdios do surfe lagunense, como herança deixada por esta etapa que entrará para a história do surfe brasileiro.

No pódio, durante a premiação, foram chamados alguns Legends Locais, indicados pela ASL, que receberam um troféu de homenagem. Os que não estão mais conosco, foram representados por familiares. Foram eles:

·         André Farias (Nego);

·         Marcelo Schultz Masshi (Chelo);

·         Thomaz Viana – Thomazinho (in memorian);

·         Geraldo Rinaldi (Ratão);

·         Eduardo Nedeff;

·         Emerson Silva (Peta);

·         Roni Willan;

·         Pedro Paulo Lemos Heitich (Pepa - de Raphael Becker) (in memorian).

DOAÇÃO DE MUDAS NATIVAS

A organização do evento promoveu a doação de 200 mudas de árvores nativas da região. A ação visa incentiva a recuperação de áreas degradadas, além de neutralizar a emissão de Gases de Efeito Estufa do evento.

O Açaizero também esteve presente no evento, ajudando na ação de doação de mudas e divulgando o seu projeto que visa aumentar a quantidade de açaí plantado e produzido na região, além de neutralizar emissões de Gases de Efeito Estufa da produção de pranchas de surfe.

BOTOS

Parece que os botos adoraram a ação, e realizaram um show de saltos durante todo o evento, junto aos atletas na área de competição.

O CIRCUITO

Apresentado pela CERVEJA CORONA, o Circuito é composto por 4 etapas, realizadas em algumas das melhores praias para o surfe em Santa Catarina. As próximas etapas acontecerão em 27 e 28 de julho (Garopaba); 19 e 20 de outubro (São Francisco do Sul); 14 e 15 de dezembro (Florianópolis).

Como premiação, o Circuito distribuirá um total de R$10.000,00 em dinheiro por etapa, além de somar 1.000 para o Ranking Brasileiro Master Profissional da ABRASP (Associação Brasileira de Surf Profissional).

Patrocínio: Vida Marinha. Apresentação: Corona. Copatrocínio: Banana Wax; Kbral Auto Center; Prefeitura Municipal de Laguna. Apoio: Hotel e Restaurante Atlântico Sul; Hotel Renascença; Hotel Mar Grosso; Studio Zero Agência de Marketing; Restaurante Pardal’s; Restaurante El Chicano; Sul Internet. Ações Socioambientais: Meu Copo Eco; ONG Eco Local Brasil; Carbo Brasil; Polícia Ambiental de Laguna; Marinha do Brasil; Açaizero; SEPAGRI Produção: Swell Eventos; Match Sports. Realização: ASL; ASTFSM. Supervisão: FECASURF; ABRASP.