#wsl #competições #surf 

Yago Dora conta como é dividir o pai com Mineirinho

Brasileiro retorna à praia que colocou seu nome de vez no cenário do surfe mundial e quer fazer novo estrago entre campeões mundiais.

10/Mai/2018 - Winne Fernandes - Saquarema - Rio de Janeiro - Brasil

Quem conhece Yago Dora mais de perto já o viu com violão na mão, all star nos pés e música da Cássia Eller na ponta da língua. Pois o surfista original e descolado do Brazilian Storm volta ao palco que colocou seu nome de vez no cenário mundial para a disputa da terceira etapa do Circuito Mundial de Surfe. Foi em Saquarema no ano passado que Yago derrotou três campeões mundiais e foi eliminado nas semifinais por Adriano de Souza - atual campeão da etapa. Mineirinho é treinado pelo próprio pai de Yago, Leandro Dora, também técnico do jovem. Segundo Yago, não rolam conflitos ou cíumes na relação dos três, pelo contrário: ele é fã de Adriano.

- Nós três nos damos super bem, acredito que não existe nenhum ciuminho de nenhum dos lados. Eu adoro ter o Adriano por perto, ele é um herói para mim e me passa muita coisa boa.

Na etapa do ano passado, Yago chegou como mais uma surfista a participar do evento, mas saiu com seu nome na boca da galera e com o apelido de "estrago Dora". Não só por ter eliminado os campeões mundiais Mick Fanning, Gabriel Medina e John John Florence em seu primeiro evento, mas por ter aquele algo a mais, aquela pitada de sal que muitos atletas buscam e muitas vezes não encontram. Yago é carismático e carrega a felicidade no sorriso autêntico.

- Lembro que no primeiro dia que cheguei só algumas pessoas me reconheciam na praia. A partir do terceiro round do evento eu senti que a torcida estava do meu lado e foi muito legal viver isso - lembrou.

Yago teve sua base toda no freesurf e entrou para a elite do surfe mundial sem muita pretensão. A vaga entre os melhores do mundo simplesmente aconteceu. Com um surfe extremamente e uma facilidade para dar aéros de alto grau de dificuldade, falta a ele um pouco de agressividade com os adversários na hora da remada ou da briga pela prioridade na onda.

- Eu sinto que tenho momentos mais agressivos e momentos passivos, ainda estou encontrando este equilíbrio para ter mais constância nos meus resultados - explicou.

Yago Dora é apaixonado pelo mar, pelo surfe, pelo violão e sem vaidades ou grandes pretensões de ser um campeão. Aos 21 anos ainda é uma incógnita na temporada atual. Em três etapas disputadas, ele saiu do round um apenas uma vez. Entre os 39 atletas que já competiram esse ano pela elite, Yago ocupa a posição de número 31. Ainda assim, especialistas do surfe acreditam que ele possa ser a grande promessa da nova geração. Mas será que ele quer?

- A minha maior ambição é atingir o nível mais alto que eu possa, elevando o nível do esporte. Para mim fazer isso dentro do mundo da competição é mais importante do que qualquer título, realmente dar tudo de si o tempo todo, puxando os limites do surfe.

Yago está diante de uma boa chance de deslanchar no campeonato e fazer mais estrago entre os adversários. Ele estará em casa, no Brasil e em Saquarema ao lado da mesma torcida que foi ao delírio com sua perfomance no ano passado. Pois os adversários da primeira bateria do campeonato, que tem janela entre os dias 11 e 20 de maio na praia de Itaúna, já estão definidos. Ele enfrentará o taitiano Michel Bourez e o americano Conner Coffin em seu primeiro desafio.

- Eu espero surfar melhor do que surfei no ano passado. Garantir um bom resultado aqui seria muito importante para mim no momento. Todo o surfista de ponta precisa de bons resultados independentemente do surfe que está apresentando para obter estes resultados. Resultados aumentam a confiança e te fazem surfar mais livre - explicou.

Fonte:https://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/de-volta-a-saquarema-yago-dora-conta-como-e-dividir-o-pai-com-mineirinho.ghtml